Cuidar de si mesmo é essencial, especialmente se alguém já se encontrou em uma situação tóxica ou se sentiu negligenciado. Uma pessoa tóxica pode ter, com palavras ou ações, levado alguém a acreditar que suas necessidades não eram importantes. Se alguém está se recuperando de um relacionamento ou situação assim, é vital iniciar práticas de autocuidado genuíno e amoroso, garantindo que as necessidades sejam atendidas e fazendo do cuidado pessoal parte integral do dia a dia.
Ao contrário do que se acredita, o autocuidado não é um luxo que se pode adicionar à vida ocasionalmente, como se fosse um item de conforto a ser usado apenas quando possível. É uma necessidade diária, que precisa ser priorizada para uma vida equilibrada e saudável. Muitos veem o autocuidado como um excesso ou uma forma de mimos, considerando que colocar as necessidades dos outros à frente das suas próprias é uma obrigação, mas essa visão é equivocada. O autocuidado ajuda a manter um estado de espírito calmo e energia para enfrentar os desafios e verdadeiramente alcançar a cura.
Para ilustrar a importância do autocuidado, a terapeuta de uma das pessoas citadas comparou com a instrução dada nos aviões, onde as máscaras de oxigênio devem ser colocadas primeiro em si mesmo antes de serem colocadas em uma criança. Se a pessoa responsável não tiver oxigênio, será incapaz de ajudar os outros.
O autocuidado pode assumir muitas formas diferentes, variando de acordo com as necessidades individuais e estilos de vida. Não há uma abordagem única, mas há várias ideias e diretrizes a seguir para cultivar o bem-estar. Algumas dessas diretrizes são fundamentais para todos e servem como um alicerce seguro para construir práticas saudáveis.
Descanso e Relaxamento: O corpo e a mente precisam de descanso adequado para funcionarem corretamente. O sono é uma parte vital dessa equação, pois é durante ele que ocorre a regeneração física e mental. No entanto, também é essencial reservar tempo para relaxar, seja com hobbies, uma caminhada ao ar livre ou qualquer atividade que traga tranquilidade.
Nutrição Adequada: A alimentação é outro componente essencial do autocuidado. Uma dieta equilibrada fornece ao corpo os nutrientes de que ele precisa para sustentar a energia e o bem-estar. O autocuidado alimentar não deve ser punitivo ou excessivamente restritivo, mas sim fornecer ao corpo os alimentos que o fazem sentir-se bem e saudável.
Atividade Física: O exercício físico não é apenas para manter a forma, mas também para liberar endorfinas, hormônios que promovem sensações positivas. Encontrar uma atividade física que seja prazerosa, seja uma caminhada, natação, dança ou qualquer outra coisa, ajuda a incorporar o movimento ao cotidiano.
Limites Saudáveis: É importante aprender a dizer não quando necessário e estabelecer limites que protejam o tempo, a energia e o bem-estar. Isso pode ser desafiador, especialmente para aqueles que têm uma tendência a querer agradar, mas é um passo vital para garantir que o autocuidado seja mantido.
Redes de Apoio: Cultivar relacionamentos que ofereçam apoio e incentivo é outra forma essencial de autocuidado. Pessoas que ajudam umas às outras a manter uma mentalidade positiva e a crescer podem ser uma força poderosa na jornada do autocuidado.
Cuidados com a Saúde Mental: O autocuidado não se limita ao físico; a saúde mental também precisa ser priorizada. Isso pode envolver procurar um terapeuta, praticar meditação ou mindfulness, escrever num diário ou qualquer outra atividade que ajude a processar emoções.
Criatividade e Expressão Pessoal: Ter um hobby ou meio de expressão pode ser muito libertador. Seja escrever, pintar, dançar ou até mesmo cozinhar, reservar um tempo para criar algo que traga alegria pode ajudar a aliviar o estresse.
Rotina e Consistência: Uma rotina bem definida pode ajudar a tornar as práticas de autocuidado um hábito, assegurando que sejam feitas de forma consistente. Mesmo com dias atarefados, ter um tempo reservado para cuidar de si mesmo pode fazer toda a diferença.
Gratidão e Mindfulness: Praticar a gratidão e estar presente no momento pode ser uma forma poderosa de mudar a mentalidade para uma perspectiva mais positiva. A gratidão ajuda a reconhecer as coisas boas da vida, enquanto o mindfulness ajuda a desacelerar e se concentrar no presente.
Propósito e Objetivos: Ter metas claras e um propósito pode ser muito motivador. Mesmo que essas metas mudem com o tempo, elas podem proporcionar um senso de direção e realização, dando mais sentido às atividades diárias.
Em última análise, o autocuidado é uma jornada pessoal. Cada um precisa encontrar o que funciona melhor para si, reconhecendo que pode haver ajustes ao longo do caminho. Algumas práticas funcionarão melhor para algumas pessoas do que para outras, mas a base para o autocuidado é a mesma: priorizar a si mesmo e suas necessidades de uma maneira que permita estar bem para apoiar os outros. Afinal, como nos dizem nas aeronaves, é fundamental colocar a própria máscara de oxigênio antes de ajudar quem está ao seu lado.
Reserve um tempo para se divertir
O texto explora a importância de se permitir encontrar alegria e diversão diariamente, mesmo que alguém tenha tentado convencer do contrário. Pessoas tóxicas podem implantar ideias prejudiciais, como acreditar que a diversão precisa ser “merecida” ou que as expectativas irreais que colocam nos outros devem sempre ser cumpridas. Isso pode gerar sentimentos de culpa e vergonha sempre que se busca algo que traz felicidade. A verdade é que cada um merece ser feliz e pode se divertir sem esperar que algo terrível aconteça em seguida.
Encontrar diversão diária pode ser uma prática libertadora, desde que não prejudique ninguém. Às vezes, afastar-se do ambiente doméstico pode ajudar, pois a mente pode ficar focada nas tarefas domésticas quando se está em casa. Estar ao ar livre oferece uma mudança de ritmo, permitindo que a mente desacelere e se concentre no momento presente. A natureza tem uma energia mais calma, tornando-se uma ótima ferramenta para ajudar a mudar o foco das obrigações para simplesmente desfrutar da vida.
Escolher a companhia certa também é fundamental. O ideal é estar cercado de amigos ou familiares que estejam dispostos a deixar os tópicos desafiadores de lado por algumas horas, permitindo-se um momento relaxante. Se isso não for possível, pode ser melhor passar um tempo sozinho para evitar acabar cuidando dos outros ao invés de se divertir.
Quando se está realmente desfrutando, é útil observar o que proporciona alegria. Pode ser jogar com a família, cozinhar, trabalhar no jardim, sair com amigos ou qualquer outra atividade que faça esquecer o estresse e aproveitar o momento. É recomendado anotar essas atividades para que, quando houver a necessidade de uma pausa, seja possível recorrer à lista de coisas divertidas e escolher algo para fazer.
A diversão não precisa ser cara, pois há muitas opções acessíveis ou gratuitas. Procurar eventos de baixo custo na cidade pode ser uma excelente maneira de encontrar atividades. Cada cidade costuma ter eventos gratuitos que podem proporcionar uma experiência agradável sem afetar o bolso.
Uma pessoa compartilha sua experiência de como achou difícil relaxar e se divertir depois que seu ex-namorado constantemente a acusava de não levar o relacionamento a sério. Descobrir que pode se permitir se divertir sem sentir culpa ou vergonha foi uma revelação libertadora.
O texto lembra a todos que se divertir é um direito e uma necessidade. As palavras de outras pessoas não devem definir o valor dos próprios hobbies e interesses. Encontrar alegria é fundamental para manter um bem-estar emocional, e pequenas doses de diversão diária ajudam a construir resiliência e uma mentalidade mais positiva. Seja sozinho ou na companhia de amigos, reservar tempo para momentos felizes é uma parte essencial de qualquer rotina saudável.
Coma bem
O texto destaca a importância de adotar estratégias de autocuidado, especialmente para quem está tentando se libertar ou se recuperar de um relacionamento tóxico. Uma dessas estratégias é manter uma alimentação saudável, essencial para todos, mas particularmente relevante em situações de perda ou estresse crônico.
A alimentação atua como remédio e combustível para o corpo, então, ao lidar com os efeitos de um relacionamento prejudicial, é importante garantir que o organismo receba o melhor suporte possível. Para isso, priorizar refeições regulares, comer quando houver fome e parar ao se sentir satisfeito são práticas essenciais para manter um ritmo alimentar que sustente a saúde física e mental.
Durante períodos de grande estresse, há uma tendência a recorrer a carboidratos e alimentos açucarados como formas de conforto. No entanto, isso pode levar a padrões alimentares problemáticos, como comer compulsivamente ou restringir a alimentação. Essas situações são mais prováveis em pessoas que já possuem um histórico de transtornos alimentares. Portanto, ao perceber sinais de recaída, procurar um profissional de saúde mental ou um médico deve ser a prioridade, pois uma recaída pode acontecer facilmente.
Consultar uma nutricionista é uma opção valiosa para criar um plano de alimentação saudável e individualizado. Para aqueles que gostam de cozinhar, experimentar novas receitas saudáveis pode tornar o processo mais prazeroso. Comer de forma consciente é outra prática recomendada, o que envolve estar presente durante as refeições e focar na qualidade e sabor dos alimentos.
O autocuidado vai além da alimentação, abrangendo práticas de descanso, atividade física e bem-estar mental. O corpo e a mente precisam de apoio, especialmente ao enfrentar o estresse de alto nível. Além disso, cada pessoa deve encontrar as estratégias que melhor atendam suas necessidades. Seja buscar a orientação de profissionais de saúde, explorar receitas novas, ou aprender a apreciar o momento presente durante as refeições, as ações de autocuidado formam a base para uma recuperação mais completa.
Essas práticas ajudam a restaurar a energia e o equilíbrio, capacitando a pessoa a lidar com desafios futuros de maneira mais eficaz. Portanto, se cuidar não deve ser uma ideia opcional, mas uma prioridade diária, especialmente ao se recuperar de situações emocionalmente desgastantes.
Mantenha sua higiene física
A recuperação de situações emocionalmente difíceis, como deixar um relacionamento tóxico, pode ser acompanhada de sentimentos de depressão, ansiedade, trauma, estresse extremo ou luto. Nesses momentos, até mesmo os hábitos diários mais simples podem se tornar desafios gigantescos. Coisas básicas como tomar banho, trocar de roupa, dormir ou comer podem ser esquecidas ou parecerem difíceis demais para serem realizadas.
Apesar da tentação de ficar na cama quando não se está bem, sair dela e começar o dia pode fazer uma grande diferença no estado emocional e no bem-estar. Levantar-se logo após acordar é um primeiro passo importante. Depois, trocar o pijama por roupas limpas e confortáveis pode ajudar a mudar a mentalidade e proporcionar uma sensação de renovação.
Para aqueles que têm dificuldade em se concentrar nas tarefas matinais, é útil criar uma lista das rotinas diárias e colocá-la em um local visível, como no espelho do banheiro. Isso serve como lembrete visual dos pequenos passos que precisam ser tomados a cada dia.
Se houver negligência na higiene pessoal ou dificuldades persistentes para realizar tarefas diárias, pode ser útil procurar um profissional de saúde mental. Conversar com alguém pode ajudar a processar as experiências e organizar os pensamentos. Um psiquiatra pode ser consultado para avaliar se medicamentos são necessários.
Essas ações pequenas e diárias são como uma âncora para manter a pessoa no caminho certo e construir resiliência. Cada passo é um avanço rumo à restauração do bem-estar emocional e mental, mesmo que pareça difícil no início. Afinal, o processo de cura requer paciência e autocuidado, com apoio profissional quando necessário.
Exercícios
O texto enfatiza a importância do movimento para a saúde e bem-estar, destacando que, embora iniciar uma rotina de exercícios possa parecer desconfortável, uma vez que se começa a se mover, os benefícios tornam a prática mais agradável. Entre esses benefícios estão a redução do estresse, aumento de energia e diminuição da dor.
A ideia é focar mais no “movimento” do que no “exercício” tradicional, pois qualquer atividade conta. Pode ser subir escadas ao invés de usar o elevador, caminhar durante o almoço ou até dançar com os filhos. O movimento pode ser encontrado em pequenas ações do dia a dia, como caminhar enquanto fala ao telefone ou cuidar do jardim.
Para manter uma rotina ativa e interessante, o texto sugere diversas ideias, como:
- Fazer uma festa dançante ao som de músicas favoritas.
- Fazer tarefas domésticas, como uma faxina completa.
- Andar de bicicleta em vez de usar o carro.
- Investir em realidade virtual para caminhar pelo mundo ou fazer exercícios com aplicativos específicos.
Incorporar movimento ao longo do dia não precisa ser uma atividade solitária. Pode ser uma chance de se conectar com amigos ou familiares, convidando-os para uma aula de dança ou uma atividade que envolva movimento.
Além disso, praticar exercícios pela manhã traz vantagens, como o aumento do foco e relaxamento, devido à liberação de dopamina e endorfina. Após um dia de trabalho, o cansaço pode tornar o exercício mais difícil, por isso fazer atividades físicas logo cedo pode ser uma melhor alternativa.
O exercício regular reduz o estresse e melhora o humor, mas também proporciona uma sensação de domínio, reforçando a autoeficácia, que é a crença na capacidade de realizar algo com sucesso. Essa sensação de progressão e competência é particularmente impactante ao aprender e dominar novas habilidades, especialmente se alguém já foi desencorajado por comentários de pessoas tóxicas.
O relato de uma pessoa demonstra como o rótulo de “exercício” pode ser um obstáculo inicial, mas descobrir formas de se mover que sejam agradáveis e envolventes, como caminhar na praia com amigos, torna a atividade física mais fácil e gratificante.
No fim, a chave é encontrar formas de movimento que sejam naturais, divertidas e tragam satisfação pessoal, tornando o exercício uma ferramenta de autocuidado e fortalecimento pessoal.
Mantenha um diário
O diário pode ser uma ferramenta poderosa para processar emoções e registrar o crescimento pessoal ao longo do tempo. Ele pode contribuir para a saúde emocional e física, principalmente quando alguém está lidando com as consequências de um relacionamento tóxico. Isso ocorre porque o simples ato de escrever permite que o cérebro expresse pensamentos e sentimentos, aliviando parte do peso emocional.
Para muitos, manter um diário é sinônimo de escrever em um caderno, mas essa não é a única forma. Existem diversas maneiras de se registrar os pensamentos e sentimentos. Quem prefere falar pode ditar suas ideias ou gravá-las. Uma pessoa pode até mesmo fazer desenhos ou pinturas que representem seus sentimentos, transformando o diário em uma expressão criativa.
A frequência de registro no diário não precisa seguir regras rígidas. Embora quanto mais se escreve, melhores sejam os resultados, o progresso é significativo independentemente da quantidade. Revisitar os registros de tempos em tempos ajuda a observar o crescimento pessoal e perceber momentos de superação que passaram despercebidos durante o processo.
Para aqueles que ainda mantêm contato com pessoas tóxicas, é aconselhável proteger a privacidade do diário. Manter um diário criptografado ou protegido por senha pode evitar que a outra pessoa acesse o conteúdo. No entanto, como há riscos de que documentos eletrônicos sejam invadidos, deve-se ter cuidado. Além disso, ao passar por disputas legais, como questões de custódia, consultar um advogado para entender as implicações legais de manter um diário é crucial. Em alguns países, diários usados como parte de uma terapia designada não podem ser solicitados como evidência, mas aqueles mantidos para uso pessoal podem ser usados contra a pessoa em um processo judicial.
Para iniciar um diário ou se concentrar no presente, é útil descrever detalhadamente os sentimentos do momento. Por exemplo, para alguém que se sente triste, é importante especificar se está desapontado, infeliz ou abatido. Sentimentos felizes também podem ser mais bem descritos como contentamento, tranquilidade ou satisfação. Às vezes, as emoções podem ser comparadas a cores, animais ou lugares. Desenhar o estado de espírito pode ser uma maneira interessante de explorar esses sentimentos de uma nova perspectiva.
Fazer do diário uma prática regular pode ajudar a processar e liberar sentimentos, proporcionando clareza emocional e facilitando o autocuidado.
Meditar
A meditação é uma prática que se concentra no momento presente. Pode ser simples como prestar atenção à respiração, notando a inspiração e a expiração. Para muitos, isso envolve sentar ou deitar-se de forma confortável, mas também pode ser feito de maneira ativa, como no caso da meditação mindfulness, que incentiva estar presente durante atividades cotidianas.
Quando se medita, é comum que muitos pensamentos surjam na mente, um fenômeno chamado “cérebro de macaco”, onde os pensamentos pulam de galho em galho, como um macaco. Essa atividade mental é normal, e o objetivo não é esvaziar completamente a mente, mas sim aumentar a autoconsciência e permanecer no momento presente. Ao surgir um pensamento, é importante reconhecê-lo e deixá-lo passar, sem se prender a ele. Quanto mais a pessoa pratica, mais fácil se torna soltar esses pensamentos.
Aplicativos e gravações podem fornecer orientação durante a prática, ajudando a pessoa a encontrar métodos e técnicas que funcionem para ela.
Atenção plena
A prática da atenção plena (mindfulness) é um tipo de meditação que se foca em estar presente no momento atual, mesmo enquanto se está ativo. Ao contrário de outras práticas que buscam minimizar distrações, a atenção plena as acolhe, reconhecendo que a vida é cheia de estímulos. Uma maneira de aplicar essa prática é por meio da alimentação consciente.
Comer conscientemente envolve afastar todas as distrações, como dispositivos eletrônicos e a televisão, enquanto se concentra totalmente na refeição. Cada mordida é mastigada pelo menos dez vezes, explorando texturas, sabores e aromas de cada porção. Esse ato promove maior satisfação com menos comida e pode incentivar a escolha de opções mais saudáveis.
Cite três coisas
A técnica de “citar três coisas” é uma ferramenta útil para lidar com o estresse e lembranças traumáticas de abuso. Ela não exige movimento e pode ser praticada onde quer que a pessoa esteja. A ideia é listar três coisas que se pode ouvir, ver e sentir, repetindo o processo até que a mente se acalme e a pessoa se sinta mais centrada.
A prática é conhecida como uma técnica de aterramento, que ajuda a desviar o cérebro das lembranças perturbadoras e direcionar o foco para o presente. A pessoa pode escolher repetir as mesmas três coisas ou selecionar itens diferentes a cada vez, fazendo a lista em voz alta ou mentalmente. Quanto mais frequente a prática, mais automática ela se torna nos momentos de estresse.
Experimente a visualização criativa e as meditações orientadas
O cérebro possui uma enorme capacidade criativa que pode ser utilizada para gerar sensações de relaxamento. Uma forma prática de estimular esse relaxamento é recorrer a gravações e vídeos disponíveis na internet, que orientam a imaginação para criar cenários tranquilos e reconfortantes.
Essas gravações costumam funcionar de duas maneiras: algumas guiam a pessoa até um estado de relaxamento profundo e, após algum tempo, trazem-na de volta ao estado de alerta, ideal para retornar às atividades cotidianas. Outras guiam até o relaxamento e permitem que a pessoa adormeça, sendo perfeitas para momentos de descanso.
Durma o suciente
Ter uma noite de sono adequada é fundamental para a saúde mental e emocional, ajudando o cérebro a se curar e tornando mais fácil lidar com os desafios diários. Para quem está se recuperando de um relacionamento tóxico, estabelecer bons hábitos de sono é ainda mais importante. Parceiros tóxicos podem manipular e controlar o sono da outra pessoa, fazendo com que ela se sinta insegura e exausta, o que torna o sono de qualidade um objetivo difícil de alcançar. É preciso reconstruir uma rotina saudável para dormir bem e se sentir mais equilibrado.
Existem várias estratégias que podem ajudar a alcançar uma boa noite de sono, especialmente para quem está dormindo sozinho pela primeira vez em muito tempo. Uma sugestão é ouvir gravações relaxantes antes de dormir, preparando a mente para o descanso. Desligar todos os aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de deitar é essencial, pois reduz a estimulação e permite que o cérebro relaxe. Além disso, tirar a televisão do quarto pode ajudar a associar o espaço apenas ao descanso, tornando-o mais tranquilo.
Investir em um colchão novo, caso o antigo esteja desgastado ou desconfortável, pode trazer um alívio físico e melhorar a qualidade do sono. Também é aconselhável manter os animais de estimação fora do quarto para evitar interrupções durante a noite. A cama deve ser usada apenas para dormir ou para momentos íntimos, não para trabalhar, mantendo assim uma associação mental positiva.
A organização e o ambiente do quarto também são cruciais. Reduzir a desordem, usar iluminação suave e transformar o local em um espaço relaxante contribui para um sono mais tranquilo. Se os problemas persistirem, é importante conversar com um médico, especialmente se houver histórico familiar de insônia. Em alguns casos, pode ser necessária medicação temporária para ajudar a regular o ciclo de sono.
Por fim, uma pessoa que conseguiu implementar essas estratégias relatou que desligar o telefone e outros dispositivos eletrônicos uma hora antes de dormir fez com que acordasse muito mais descansada na manhã seguinte, evidenciando o impacto positivo que pequenas mudanças na rotina podem ter na qualidade do sono.
Use dispositivos eletrônicos com moderação
A autora enfatiza a importância de evitar dispositivos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir, explicando que isso permite que o cérebro relaxe e se prepare para uma boa noite de sono. A luz emitida por esses dispositivos, como computadores, tablets, celulares e televisores, suprime a produção de melatonina, um hormônio que ajuda a regular o sono. Mesmo os recursos de escurecimento ou modo noturno desses dispositivos não são eficazes para evitar a supressão da melatonina, reforçando a necessidade de limitar o uso de eletrônicos antes de dormir.
Ela sugere a implementação de uma regra que proíba o uso de dispositivos eletrônicos após as nove da noite, envolvendo todos na casa. Essa abordagem pode ajudar a criar uma rotina mais relaxante e propícia ao descanso. Se uma hora inteira sem eletrônicos parece uma meta difícil, ela sugere começar com quinze minutos, aumentando progressivamente para trinta, quarenta e cinco, até atingir uma hora completa. Construir esse hábito lentamente pode ajudar a moldar o comportamento e tornar a mudança mais fácil.
O processo gradual ajuda as pessoas a se sentirem mais revigoradas pela manhã, pois permite que o corpo e a mente relaxem adequadamente antes do sono. Essas mudanças simples podem fazer uma diferença significativa na qualidade do sono, tornando a transição do dia para a noite muito mais tranquila.
Limite o tempo nas redes sociais
A autora ressalta a necessidade de limitar o uso das redes sociais, destacando como elas podem aumentar os sintomas de depressão e ansiedade. Profissionais de saúde mental têm notado os efeitos adversos do uso excessivo dessas plataformas, e a autora enfatiza duas razões principais para isso.
Primeiro, a tendência de comparar nossa vida com as postagens e fotos aparentemente felizes de outras pessoas pode criar uma percepção negativa. As redes sociais oferecem apenas uma visão superficial da vida dos outros, levando a comparações injustas. O ditado “a grama do vizinho sempre parece mais verde” se aplica, pois muitas vezes não temos conhecimento das dificuldades reais que os outros enfrentam offline. Isso pode ser ainda mais evidente após a saída de um relacionamento tóxico, quando a própria imagem online pode ter mascarado a realidade de abusos e dificuldades.
Segundo, a autora aponta que nossa autoestima pode se tornar dependente das curtidas e comentários positivos nas postagens. A dopamina liberada no cérebro ao receber esse tipo de validação ativa um “sistema de recompensa” que pode se tornar viciante. Porém, a ausência de reações positivas pode minar o dia de alguém, especialmente para quem está tentando se recuperar de um relacionamento tóxico, onde a validação pode ter sido rara. Ela lembra que a quantidade de feedback positivo recebido não reflete o verdadeiro valor de alguém.
Além disso, a distância proporcionada pelas redes sociais pode levar as pessoas a fazerem comentários que nunca fariam pessoalmente, contribuindo para a negatividade. Para se proteger, a autora sugere desinstalar aplicativos ou até desativar contas, se necessário, para evitar a exposição a esse tipo de conteúdo. O tempo ganho ao deixar as redes pode ser empregado de forma mais positiva.
Ela também sugere bloquear pessoas associadas ao ex-parceiro para evitar reacender contatos tóxicos. Caso bloquear seja problemático, a opção de silenciar essas contas pode ser útil. Por fim, recomenda-se filtrar palavras específicas, como “abuso” e “narcisista”, para evitar postagens potencialmente perturbadoras.
A autora conclui com um relato de alguém que, ao se sentir frustrada com as postagens felizes de relacionamentos e viagens, percebeu que essas pessoas também enfrentavam dificuldades que não eram compartilhadas nas redes. Isso reforça a importância de entender que o mundo online é apenas uma pequena fração da realidade de cada pessoa.
Não troque um vício por outro
Depois de terminar um relacionamento prejudicial, é comum sentir um vazio, mesmo sabendo que foi a decisão correta. A falta da companhia, das conversas e da intimidade física com a pessoa amada pode ser avassaladora. Darby, por exemplo, após terminar um relacionamento tóxico com Micah, sentiu-se aliviado inicialmente, mas logo foi tomado por uma sensação de perda profunda. O término foi o resultado de um comportamento narcisista de Micah, que tornou a relação insustentável.
Nos meses seguintes, Darby lutou contra a solidão e a saudade de Micah, apesar dos comportamentos negativos deste último. Para lidar com esses sentimentos, Darby começou a beber, inicialmente apenas um pouco, mas com o tempo, a quantidade aumentou. O álcool se tornou um meio de escapar da realidade e da dor do rompimento.
O vício, seja em álcool, drogas, pornografia, comida ou exercícios excessivos, muitas vezes surge como substituto de um relacionamento viciante. Serve para acalmar a dor, a ansiedade e a depressão, além de evitar enfrentar problemas difíceis. Quando a amiga de Darby, Heather, expressou preocupação com seu aumento de consumo de álcool, Darby inicialmente reagiu com defensiva. No entanto, ele acabou reconhecendo que Heather estava certa e que estava usando o álcool para não sentir nada, não apenas para esquecer a solidão.
Darby decidiu buscar ajuda e marcou uma consulta médica para discutir mudanças em seu comportamento. O texto enfatiza que substituir um vício por outro é comum, mas é possível identificar e controlar esse padrão. Estratégias de autocuidado e terapia podem ser benéficas para quem enfrenta essa situação.